Arthur Maia, Autor em Gelo & Fogo https://www.geloefogo.com/author/arthurmaia Informações sobre a obra de George R. R. Martin Sat, 19 Feb 2022 22:31:57 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.6 140837471 ‘Wild Cards’ ganha adaptação na Marvel Comics https://www.geloefogo.com/2022/02/wild-cards-ganha-adaptacao-na-marvel-comics.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=wild-cards-ganha-adaptacao-na-marvel-comics https://www.geloefogo.com/2022/02/wild-cards-ganha-adaptacao-na-marvel-comics.html#comments Sat, 19 Feb 2022 22:31:56 +0000 https://www.geloefogo.com/?p=108741   Grande novidade para Wild Cards: a série de livros editada e encabeçada por George R. R. Martin vai ganhar […]

O post ‘Wild Cards’ ganha adaptação na Marvel Comics apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>

 

Capa da primeira edição de ‘Wild Cards: the Drowing of Cards’, por Steve Morris

Grande novidade para Wild Cards: a série de livros editada e encabeçada por George R. R. Martin vai ganhar mais uma adaptação em quadrinhos pela maior editora do ramo na atualidade, a Marvel Comics.

O Hollywood Reporter noticiou a nova publicação, chamada Wild Cards: The Drawing of the Cards, cuja primeira edição chegará às bancas em julho. A equipe criativa conta com Paul Cornell nos roteiros e Mike Hawthorne nas ilustrações. Cornell já é conhecido dos ases e dos coringas: o autor britânico participou de três dos romances-mosaico da série, Fort Freak, Chicago LowKnaves Over Queens.

Ao que tudo indica, a série irá adaptar o livro original, Wild Cards: O Começo de Tudo, iniciando pelas histórias dos personagens Jetboy (de Howard Waldrop), Dorminhoco (de Roger Zelazny), Golden Boy (de Walter Jon Williams) e Dr. Tachyon (Melinda Snodgrass). O personagem de Martin, o Tartaruga, não consta na capa já divulgada.

Vale ressaltar também que esses personagens não serão inseridos na cronologia do chamado Universo Marvel, e, a princípio, não devem interagir com os personagens tradicionais da editora, mais ou menos como é o caso dos quadrinhos de Star Wars publicados pela Marvel.

Não é a primeira vez que Wild Cards vai parar nas páginas da Marvel. Em 1990, o selo Marvel Epic publicou uma adaptação do primeiro livro em quatro partes, roteirizada por Lewis Shiner, que também é autor na série de livros. Curiosamente, essa publicação chegou ao Brasil ainda na década de 90, sob o título de Cartas Selvagens.

O post ‘Wild Cards’ ganha adaptação na Marvel Comics apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
https://www.geloefogo.com/2022/02/wild-cards-ganha-adaptacao-na-marvel-comics.html/feed 1 108741
O nascer da neblina: magia e ciência no prólogo de ‘O Festim dos Corvos’ https://www.geloefogo.com/2021/10/o-nascer-da-neblina-magia-e-ciencia-no-prologo-de-o-festim-dos-corvos.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=o-nascer-da-neblina-magia-e-ciencia-no-prologo-de-o-festim-dos-corvos https://www.geloefogo.com/2021/10/o-nascer-da-neblina-magia-e-ciencia-no-prologo-de-o-festim-dos-corvos.html#comments Thu, 07 Oct 2021 23:04:39 +0000 https://www.geloefogo.com/?p=107739 Ainda em 2018, publiquei um texto sobre o prólogo de A Fúria dos Reis, analisando a relação de Cressen e Stannis […]

O post O nascer da neblina: magia e ciência no prólogo de ‘O Festim dos Corvos’ apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>

Ainda em 2018, publiquei um texto sobre o prólogo de A Fúria dos Reis, analisando a relação de Cressen e Stannis e as lacunas deixadas pelo narrador que focaliza a história no olhar do velho meistre. Para além da interessante discussão gerada por esse assunto, surgiram várias sugestões de que seguíssemos com uma série de textos sobre os prólogos e epílogos dos livros. Decidi ouvi-las, e, na sequência, publiquei uma leitura do epílogo de A Tormenta de Espadas, discutindo representações da vingança. Agora, continuando a essa série nada ordenada de análises, vamos discutir o prólogo de O Festim dos Corvos.

É um capítulo cheio de mistérios, conspirações, suspeitas sobre a identidade de personagens, mas esses elementos já foram debatidos à exaustão. O foco desse texto é um elemento bem específico, e por vezes, despercebido: a neblina que ronda Pate. Quero discutir o que ela pode nos indicar sobre o estilo de escrita de Martin, remetendo a tradições literárias como o romantismo e sua visão sobre a fantasia. Mas para isso, primeiro precisamos lembrar que a Cidadela não é um lugar que tem a magia e uma visão romântica de mundo em muito boa conta.

Meistres e a ciência

prólogo de O Festim dos Corvos
Citadel Law por Paul Guzenko

A Cidadela é provavelmente a única instituição nos moldes de uma universidade em Westeros. Enquanto as universidades da Idade Média europeia eram extremamente vinculadas à religião, priorizando estudos em retórica, dialética e teologia, a formação dos meistres vai desde escritos históricos até técnicas de medicina. Afinal, existe uma finalidade específica para os estudos: ser apto a aconselhar um senhor em algum castelo dos Sete Reinos. Para isso, considera-se necessária uma gama de conhecimentos que dialogam com uma noção de ciência muito diferente daquela concebida pelos escolásticos.

Não é de hoje que muitos leitores apontam o desgosto dos meistres por elementos mágicos. Existe inclusive uma teoria famosa que já foi traduzida aqui no site (nos tempos de Game of Thrones BR) chamada “A Grande Conspiração dos Meistres da Cidadela“, que especula que o objetivo da ordem dos meistres seja acabar com a magia no mundo, como sugere Marwyn, e que eles estariam por trás da morte dos dragões e da deposição da dinastia Targaryen. Não vem ao caso discutir essa teoria em si (e seus possíveis exageros) mas ela acentua algo que é evidente: a oposição entre magia e ciência existe em Westeros, e os meistres representam o segundo lado dessa disputa.

O antecedente mais notável disso é justamente Meistre Cressen. O capítulo narrado a partir do seu ponto de vista tem como antagonista Melisandre, uma sacerdotisa que ele vê como exótica, envolvida com tipos de magia obscuros e suspeitos. Sua influência sobre Stannis é desaprovada por Cressen em uma dimensão pessoal, mas também ideológica. O meistre é levado, durante o capítulo, e especialmente na ocasião de sua morte, a compreender que a magia de Melisandre é real, apesar de sua constante recusa em favor da ciência e de uma religião mais passiva, a Fé dos Sete. Outros exemplos poderiam ser dados, como Meistre Luwin constantemente desconsiderando as histórias da Velha Ama e as visões de Bran.

Tendo isso em mente, a expectativa criada pelo leitor em torno da Cidadela provavelmente é de que ela será o lugar que melhor representa essa visão de mundo racionalista dos meistres. No entanto, a primeira palavra dita em O Festim dos Corvos, antes mesmo de ser revelado onde o prólogo se passa, é “dragões”. O capítulo inteiro é permeado por mistérios e dúvidas, e um elemento em especial — a neblina — reforça a ideia de que o que o leitor encontrará nesse núcleo não será inteiramente racional.

A neblina

Estou me detendo especificamente nesse tema pois Martin já tem um histórico de usá-lo como um elemento no debate entre fantasia e ciência, ou entre dúvidas e certezas. Quando ainda era um escritor iniciante, no verão de 1971, o autor escreveu um conto que considerava um de seus melhores até o momento: Com a Manhã Vem o Pôr da Neblina (que pode ser lido gratuitamente aqui). O conto é narrado por um (ou uma) jornalista que visita o planeta de Wraithworld, um mundo cuja maior atração para os turistas é a lenda dos espectros, criaturas que vagam na neblina que se instaura no planeta à noite. O protagonista vai ao local acompanhado do cientista Dubowski e sua equipe, que pretendem efetivamente descobrir a verdade sobre a lenda. Eles se hospedam em Castle Cloud, um hotel de propriedade de Sanders, um homem carismático e apaixonado pelos mistérios de seu planeta.

Castle Cloud por Tom Kidd

Na história, o narrador tenta intermediar a relação de Sanders e Dubowski, que estão em constante atrito, pois, para Sanders, a beleza do planeta está na aura de mistério invocada pelos espectros, criaturas que supostamente foram vislumbradas por alguns exploradores e mataram tantos outros, enquanto Dubowski foi até lá exclusivamente para investigar o lugar e trazer respostas. Ao final, a expedição conclui que os espectros não eram verdadeiros, e o planeta se torna efetivamente colonizado por setores produtivos, enquanto que, para o narrador, a beleza que o envolvia se foi. A neblina do título simboliza a beleza e a contemplação do inexplicável, aquilo que Dubowski não conseguia compreender, mas Sanders mostra ao protagonista durante a história. Contrária ao cientificismo, a neblina não é necessariamente a magia, mas a possibilidade de que algumas coisas não possam, ou não devam, ser explicadas. Priscila Zorzi chama esse conto de “uma carta de amor à fantasia“, e isso se reflete no restante da produção de Martin, incluindo em As Crônicas de Gelo e Fogo. Para discutir esse aspecto no livro, primeiro é preciso que nos detenhamos um pouco na história da literatura e em como Martin se posiciona a esse respeito.

O romantismo de George R. R. Martin

Essa ocorrência da neblina como um elemento que representa uma incerteza contemplativa, uma forma particular de relação com o mundo que rejeita explicações extremamente racionais e valoriza a subjetividade dos sentimentos está diretamente relacionado com uma das principais características pelas quais a prosa de Martin era conhecida no início de sua carreira: o romantismo.

Por romantismo, me refiro à tradição literária europeia que tem origem no século XVIII e toma mais força ainda no século XIX, uma forma de reação à revolução industrial e constante urbanização daquelas sociedades. Resgatando uma memória saudosa das tradições medievais, antiburguesas e profundamente religiosas, autores como os irmãos Grimm, François-René de Chateaubriand e, na tradição anglófona, Lord Byron, Mary Shelley e Samuel Taylor Coleridge, se transformaram em símbolos de um período da história da literatura que deixou marcas até os dias de hoje, seja na literatura dita realista, ou em gêneros como o horror, a fantasia e até a ficção científica.

Especificamente na fantasia, J. R. R. Tolkien e C. S. Lewis, também em reação aos movimentos modernistas, trazem muitos dos ideais românticos para a literatura do século XX. E não é segredo para ninguém que especialmente Tolkien é uma das grandes influências de Martin através de toda sua carreira. Mas não é apenas isso: em Sonho Febril, por exemplo, Martin usa poemas de Byron como uma imagem constante. Em Uma Canção Para Lya, a menção é a Dover Beach, poema do romântico Matthew Arnold. Existem ainda registros históricos de que essa associação do autor com o romantismo não era apenas uma nota de rodapé. Em 1977, Martin escreveu:

Sou um romântico inabalável (não direi incurável, pois o romantismo é uma tradição literária/filosófica com uma longa e honrada história, não uma doença, obrigado).

(Songs of Stars and Shadows).

O autor consagrado Brian Aldiss, em seu guia de história da ficção científica, apresenta Martin da seguinte forma:

A revolução de Martin, se é que podemos chamar assim, é de imbuir a fórmula esperada das revistas — romântica, frequentemente sentimental e mecanicista — com graus de realismo.

(Trillion-Year Spree).

Assim como Tolkien, Martin também estava reagindo em partes a uma tendência literária modernista. A ficção científica dos anos 60 e 70 é conhecida pelo movimento conhecido como A Nova Onda, que justamente incorporou tendências modernistas ao gênero. Representada por Samuel R. Delany, Ursula K. Le Guin, J. G. Ballard, Philip K. Dick, e outros, essa tendência encontrou em Martin um adepto, mas não integralmente. Um de seus amigos mais próximos, o escritor e editor Gardner Dozois, afirma que:

George sempre foi um autor muito romântico. Minimalismo seco ou os jogos irônicos do pós-modernismo tão amado por muito escritores e críticos modernos não é o que você vai encontrar quando abrir algo de George R. R. Martin, mas sim uma história com um forte enredo e movida pelo conflito emocional.

Essa tendência de Martin a remeter à literatura romântica, como ficou bem evidenciada em Com a Manhã Vem o Pôr da Neblina, também é tema central de várias de suas histórias: a beleza contemplativa do espaço em Night Shift, o isolamento físico e sentimental em O Segundo tipo de Solidão, o planeta abandonado e que ruma em direção à escuridão em A Morte da Luz, além das constantes referências a lendas arturianas em contraste com a realidade trágica nesse romance, bem como em Flores Amargas. A propósito de A Morte da Luz, sua parceira de escrita, amiga e ex-namorada, Lisa Tuttle escreveu:

Quando eu conheci George em 1973, ele chamava a si mesmo orgulhosamente de um romântico (isso foi muito antes do surgimento do termo “emo”). Ele era sonhador e sensível, ressentido pelas oportunidades perdidas, inseguro, dado à melancolia (…). Quando esse livro [A Morte da Luz] foi publicado, alguns anos depois, eventos pessoais abalaram severamente sua visão romântica, mas mesmo que às vezes fosse amargo, ele ficava de luto por suas ilusões e se recusava a tornar-se um cínico.

Portanto, é inegável que a influência romântica de Martin não apenas está presente, como é amplamente reconhecida por seus colegas escritores. No entanto, a fama do autor, especialmente após a adaptação televisiva Game of Thrones, se tornou a de ser cínico, precisamente o contrário do que apontaram Tuttle, Aldiss e Dozois, em momentos diferentes. Ainda que essa visão seja muito mais baseada em momentos específicos da série de TV, muitos a aplicam às Crônicas de Gelo e Fogo, o que acredito que seja um equívoco, pois a permanência das influências românticas seguem aparecendo, ainda que sejam balanceadas com os “graus de realismo” apontada por Aldiss. Por isso, gostaria de me deter agora em como a neblina é utilizada no prólogo de O Festim dos Corvos para simbolizar a magia adentrando um ambiente que se propõe extremamente racional.

O nascer da neblina

— A maçã — Alleras repetiu. — A menos que queira comê-la.
— Lá vai — arrastando a perna de pau, Mollander deu um curto salto, rodopiou e arremessou horizontalmente a maçã para as névoas que pairavam sobre o Vinhomel. Não fosse o pé, teria sido um cavaleiro como seu pai. Tinha a força necessária naqueles braços grossos e ombros largos, e a maçã voou para longe e rápido demais…

(O Festim dos Corvos, prólogo)

O capítulo tem início na Pena e Caneca, uma estalagem na cidade de Vilhavelha que é bastante popular entre os acólitos da Cidadela, aqueles que almejam se tornarem meistres. Lá, na cidade onde se ergue uma torre cujo topo é iluminado, um símbolo do conhecimento racional, nos moldes iluministas (e não por acaso ressalto a imagem de Torralta), um grupo de jovens acólitos se reúne para bebidas e brincadeiras. Entre eles está Pate, o menino que sonha em juntar um dragão de ouro para se deitar com Rosey, a filha de Emma, uma das serventes. E ao redor dos futuros representantes da ciência, está a neblina. A Pena e Caneca é “uma ilha de luz num mar de névoa”.

Naquela manhã, a varanda iluminada a archote do Pena e Caneca era uma ilha de luz num mar de névoa. A jusante, o distante sinal luminoso da Torralta flutuava no relento da noite como uma lua alaranjada e brumosa, mas a luz pouco fez para lhe melhorar o estado de espírito.

(O Festim dos Corvos, prólogo)

Noviço da Cidadela por Joshua Cairós.

Pate está aguardando o Alquimista, um homem misterioso que o ofereceu um dragão de ouro caso Pate roubasse uma chave de um arquimeistre. O Alquimista é uma figura envolta em mistério e com insinuações sobrenaturais. Inclusive no texto original, “Alchemist” contém a palavra para “neblina”, “mistPortanto, o ambiente construído pelo capítulo até então é: uma cidade que representa a clareza de visão, e portanto, o conhecimento objetivo, sendo invadida pela neblina, e por uma figura mística. Conforme a manhã se aproxima, a névoa se esvai, e o Alquimista não aparece no local e hora onde havia combinado com Pate. Quando ele efetivamente aparece, o sol nascente acaba nublando seu rosto (o que é curioso, pois aqui, a simbologia da luz enquanto conhecimento se inverte, e é ela quem impede Pate de ver o Alquimista).

Também presente no início do capítulo, adentrando o ambiente científico, está um diálogo sobre o retorno dos dragões, e uma breve alusão a Marwyn, que sabemos ser um meistre fora da curva a respeito desse tema, que denuncia uma conspiração de sua ordem para acabar com a magia. A última vez que a neblina é mencionada nesse livro é justamente no capítulo final, quando Samwell e Gilly chegam a Vilavelha, e o dia “estava úmido, e as ruas de pedra estavam molhadas e escorregadias debaixo dos seus pés e as vielas mostravam-se cobertas de névoa e mistério.” (O Festim dos Corvos, capítulo 45, Samwell V). Enquanto no prólogo, tínhamos a névoa em um ambiente mais contido e sumindo durante o dia, aqui, quando o Alquimista já matou Pate e tomou o seu lugar, obtendo uma chave de arquimeistre, e quando o leitor efetivamente conhece Marwyn e vê sua vela de obsidiana, a neblina também toma conta da cidade durante o dia. A magia, antes à espreita, agora está se espalhando por Vilavelha.

Conclusões

O cerne do argumento que tentei demonstrar é que a neblina em O Festim dos Corvos serve como um elemento que ajuda a contrastar dois ambientes, o da racionalidade e o do inexplicável. Esse tipo de imagem possui um amplo histórico, não apenas na produção de Martin, mas também nas temáticas da literatura de fantasia ao longo das décadas. Nas suas histórias, especificamente, Com a Manhã Vem o Pôr da Neblina se dedica especificamente a isso, discutindo a necessidade das incertezas e da imaginação para conceder beleza à vida, uma visão que remonta à tradição do romantismo, movimento literário característico dos séculos XVIII e XIX.

O que observamos em um texto que surgiu mais de 30 anos mais tarde é que a presença da neblina mantém seu significado anterior, sempre aliadas às incertezas, e para As Crônicas de Gelo e Fogo, vem como um prenúncio. Um mundo de fantasia que se acreditava praticamente livre da magia não deve permanecer assim por muito tempo.

O post O nascer da neblina: magia e ciência no prólogo de ‘O Festim dos Corvos’ apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
https://www.geloefogo.com/2021/10/o-nascer-da-neblina-magia-e-ciencia-no-prologo-de-o-festim-dos-corvos.html/feed 2 107739
Tuf Voyaging ganhará versão em quadrinhos https://www.geloefogo.com/2021/06/tuf-voyaging-ganhara-versao-em-quadrinhos.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=tuf-voyaging-ganhara-versao-em-quadrinhos https://www.geloefogo.com/2021/06/tuf-voyaging-ganhara-versao-em-quadrinhos.html#comments Thu, 17 Jun 2021 16:05:54 +0000 https://www.geloefogo.com/?p=108534 A ilustradora e assistente de George R. R. Martin, Raya Golden anunciou hoje em sua página no Facebook que está […]

O post Tuf Voyaging ganhará versão em quadrinhos apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>

A ilustradora e assistente de George R. R. Martin, Raya Golden anunciou hoje em sua página no Facebook que está envolvida em mais uma adaptação de histórias do autor. Dessa vez, The Plague Star foi a escolhida para ganhar a vida nos quadrinhos. Parte do univsero conhecido como Mil Mundos, essa novela compõe o livro Tuf Voyaging, e narra a história de origem de Haviland Tuf, e de como um comerciante espacial acaba no controle de uma das mais lendárias naves de todos os tempos. Após ser contratado para levar alguns exploradores para investigar uma estranha “estrela” que causava destruição periódica na órbita de um planeta, Haviland sofre uma tentativa de assassinato, mas sobrevive e chega a bordo da nave, onde descobre sua verdadeira função.

Raya já foi a escolhida para roteirizar e ilustrar Starport, graphic novel que adapta um antigo roteiro de Martin para uma série de TV que não foi produzida nos anos 90. Na ocasião, entrevistamos a ilustradora, que nos contou sobre o processo de criação. Dessa vez, Raya contará com a parceria de Anna Marcellino, e espera que após esse primeiro volume, a ser lançado não antes de 2023, as outras histórias do ecoengenheiro Haviland Tuf e seus gatos sejam também adaptadas. Confira a ilustração divulgada pela autora, apresentando o visual dos personagens Ranittas, Mushroom, Kaj, Jefri, Celise, Haviland com Havoc e Awhina:

Imagem de divulgação da adaptação para quadrinhos de Plague Star, por Raya Golden.

No Brasil, a coletânea Tuf Voyaging não foi publicada, embora a editora Leya nos tenha revelado que havia planos para isso ainda em 2018. No entanto, como se sabe, a editora vendeu todos os direitos que possuía para as obras de Martin, e não se tem uma posição da editora Suma a esse respeito. Apesar disso, dois contos que tem Tuf como protagonista foram publicados em RRetrospectiva da Obra: Uma Besta para Norn e Guardiões. Cabe lembrar também que alguns meses atrás, Martin revelou que outra de suas assistentes, Ti Mikkel, estaria trabalhando em uma possível série de TV de Tuf.


Acompanhe o Gelo & Fogo no Twitter para mais informações sobre George R. R. Martin.

O post Tuf Voyaging ganhará versão em quadrinhos apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
https://www.geloefogo.com/2021/06/tuf-voyaging-ganhara-versao-em-quadrinhos.html/feed 3 108534
George R. R. Martin e Parris aparecem em HQ dos X-Men https://www.geloefogo.com/2021/06/george-r-r-martin-e-parris-aparecem-em-hq-dos-x-men.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=george-r-r-martin-e-parris-aparecem-em-hq-dos-x-men https://www.geloefogo.com/2021/06/george-r-r-martin-e-parris-aparecem-em-hq-dos-x-men.html#respond Mon, 14 Jun 2021 18:53:04 +0000 https://www.geloefogo.com/?p=108498 A mais recente HQ dos X-Men, publicada na última quarta-feira (9) nos EUA, coloca o escritor George R.R. Martin, sua […]

O post George R. R. Martin e Parris aparecem em HQ dos X-Men apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>

A mais recente HQ dos X-Men, publicada na última quarta-feira (9) nos EUA, coloca o escritor George R.R. Martin, sua esposa Parris McBride, e os famosos mutantes da Marvel em um mesmo universo.

George R. R. Martin e Parris McBride na arte interna de X-men Vol. 5 #21.

Na história, o encontro faz parte do evento Hellfire Gala, um baile em que os mutantes estão celebrando a democracia na nação mutante de Krakoa.

A relação de George R. R. Martin com os quadrinhos de super-heróis é antiga. Em 1963, quando tinha 15 anos, George teve uma carta sua publicada na edição 20 da revista mensal do Quarteto Fantástico, a primeira super equipe da recém-instituída Marvel Comics. Em 2018, quando a editora perdeu seu principal nome, o quadrinista Stan Lee, o autor publicou uma extensa homenagem em seu blog, revelando o quanto as histórias de Lee mudaram sua vida como leitor. Já em 1988, quando já era um escritor consolidado e também um produtor em Hollywood, Martin roteirizou duas páginas de Heroes for Hope, uma edição especial dos X-men que visava denunciar a fome no continente africano, e contava com um time de roteiristas que incluía Stephen King, Harlan Ellison, Frank Miller, entre outros.

Martin nunca havia participado de uma história da editora como personagem. Com entusiasmo, o escritor divulgou o feito em seu Not a Blog.

Além de Martin e sua esposa Parris McBride, também aparecem como convidados no evento o rapper Eminem, o presidente da Marvel Studios, Kevin Feige e o ator Patton Oswalt.

Conheça abaixo, a arte completa com a homenagem:

Para adquirir esta edição, clique aqui.


Para encontrar as HQs dos X-Men no Brasil, busque os catálogos da editora Panini nas principais lojas.

O post George R. R. Martin e Parris aparecem em HQ dos X-Men apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
https://www.geloefogo.com/2021/06/george-r-r-martin-e-parris-aparecem-em-hq-dos-x-men.html/feed 0 108498
Anunciado filme de ‘Nas Terras Perdidas’, conto de fantasia antigo de Martin https://www.geloefogo.com/2021/03/anunciado-filme-de-nas-terras-perdidas-conto-de-fantasia-antigo-de-martin.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=anunciado-filme-de-nas-terras-perdidas-conto-de-fantasia-antigo-de-martin https://www.geloefogo.com/2021/03/anunciado-filme-de-nas-terras-perdidas-conto-de-fantasia-antigo-de-martin.html#comments Fri, 05 Mar 2021 13:31:29 +0000 https://www.geloefogo.com/?p=108361 George R. R. Martin confirmou no Not a Blog que um filme inspirado em seu conto Nas Terras Perdidas está sendo […]

O post Anunciado filme de ‘Nas Terras Perdidas’, conto de fantasia antigo de Martin apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>

George R. R. Martin confirmou no Not a Blog que um filme inspirado em seu conto Nas Terras Perdidas está sendo produzido, contando com  Paul W.S. Anderson (Pompéia) como diretor, Milla Jovovich (Resident Evil) como Gray Alys e Dave Bautista (Guaridões da Galáxia) como Boyce. No conto original, a feiticeira Alys precisa ir até as terras perdidas para caçar um lobisomen, e é guiada por Boyce, que prometeu que pode ajudá-la com a tarefa. Martin gostaria que essa tivesse sido a primeira entre várias histórias de Gray Alys, no entanto, acabou sendo a única finalizada.

Artes conceituais de personagens e lugares para “In the Lost Lands” divulgadas em 2015.

O projeto não é exatamente novidade: em 2015, foi anunciado que Constantine Werner iria dirigir um filme com esse título, mas que também adaptaria outros dois contos de Martin: a fantasia As Canções Solitárias de Laren Dorr e a ficção científica recheada de alusões arturianas, Flores Amargas. No entanto, nem Martin nem portais de notícias comentaram sobre essas outras histórias nos anúncios dessa semana. Mila Jovovivh já havia sido anunciada como Gray Alys desde então e algumas artes conceituais foram divulgadas. Justin Chatwin também fazia parte do elenco.

Todas as três histórias foram publicadas no Brasil em RRetrospectiva da Obra. Recomendamos a leitura.

Milla Jovovich, Dave Bautista, George R. R. Martin e Paul W.S. Anderson.

Ainda não há previsão de estreia para o filme. Continue nos acompanhando para mais notícias sobre George R. R. Martin.

O post Anunciado filme de ‘Nas Terras Perdidas’, conto de fantasia antigo de Martin apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
https://www.geloefogo.com/2021/03/anunciado-filme-de-nas-terras-perdidas-conto-de-fantasia-antigo-de-martin.html/feed 1 108361
George R. R. Martin será um dos produtores de adaptação de ‘Roadmarks’ https://www.geloefogo.com/2021/02/george-r-r-martin-sera-um-dos-produtores-de-adaptacao-de-roadmarks.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=george-r-r-martin-sera-um-dos-produtores-de-adaptacao-de-roadmarks https://www.geloefogo.com/2021/02/george-r-r-martin-sera-um-dos-produtores-de-adaptacao-de-roadmarks.html#comments Fri, 19 Feb 2021 20:50:06 +0000 https://www.geloefogo.com/?p=108352 A HBO está desenvolvendo uma série e TV que irá adaptar Roadmarks, romance do escritor Roger Zelazny publicado em 1979. […]

O post George R. R. Martin será um dos produtores de adaptação de ‘Roadmarks’ apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
Roadmarks, de Roger Zelazny

A HBO está desenvolvendo uma série e TV que irá adaptar Roadmarks, romance do escritor Roger Zelazny publicado em 1979.

showrunner será Kalinda Vazquez (Marvel’s Runaways, Star Trek: Discovery), e terá além dela, George R. R. Martin e Vince Gerardis (Game of Thrones, House of the Dragon) como produtores executivos.

O livro se passa em uma autoestrada que passsa por diferentes momentos através do tempo, e é narrado pelo protagonista Red Dorakeen, que tenta recuperar seu passado enquanto escapa de uma série de tentativas de assassinato. Infelizmente, Roadmarks ainda não está disponível para leitores brasileiros.

Zelazny é um dos autores lembrados por fazer parte do grupo norteamericano ligado à Nova Onda da Ficção Científica, geração que aproximou o gênero de outros movimentos literários como o modernismo nos anos 60 e 70, incorporando inovações estéticas e reforçando posições políticas anti-imperialistas e ligadas aos movimentos sociais. Amigo de Martin de longa data, o autor é criador do Dorminhoco, o personagem mais popular de Wild Cards. Para além disso, Martin lembrou ao Deadline como seus tempos em Hollywood estão conectados à obra de Zelazny:

Minha carreira na TV começou em 1985, quando adaptei o conto de Roger, Last Defensor of Camelot para Além da Imaginação. Roger era um amigo, um mentor e um dos maiores escritores de ficção científica de todos os tempos. É uma honra poder trazer sua obra para a TV. E é por isso que estou tão empolgado em fazer parte dessa adaptação de Roadmarks para a HBO. Nós temos um ótimo livro, Kalinda Vazquez é uma ótima roteirista, e teremos uma série maravilhosa e original. Estou ansioso por uma jornada longa e emocionante.

Cabe lembrar que o posto que Martin ocupa, o de produtor executivo, é um termo bastante amplo. Por vezes, essas pessoas tem a função próxima à do showrunner, sendo o maior responsável pelos rumos da série, mas em muitos outros casos (e em todos nos quais Martin já esteve envolvido), significa uma consultoria mais próxima, ou apoio financeiro para o projeto. Não sabemos com detalhes qual será a participação do autor nesse projeto, mas o anúncio é semelhante ao feito em 2017 para a adaptação de Quem Teme a Morte de Nnedi Okorafor.

 


Continue acompanhando o Gelo & Fogo para novas informações sobre a obra de George R. R. Martin.

 

O post George R. R. Martin será um dos produtores de adaptação de ‘Roadmarks’ apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
https://www.geloefogo.com/2021/02/george-r-r-martin-sera-um-dos-produtores-de-adaptacao-de-roadmarks.html/feed 2 108352
Curso: Os Mundos de George R. R. Martin https://www.geloefogo.com/2021/01/curso-os-mundos-de-george-r-r-martin.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=curso-os-mundos-de-george-r-r-martin https://www.geloefogo.com/2021/01/curso-os-mundos-de-george-r-r-martin.html#comments Thu, 28 Jan 2021 23:16:00 +0000 https://www.geloefogo.com/?p=108326 O colunista do Gelo & Fogo e doutorando em estudos de literatura pela UFRGS, Arthur Maia, irá ministrar o curso online […]

O post Curso: Os Mundos de George R. R. Martin apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>

Curso George R. R. MartinO colunista do Gelo & Fogo e doutorando em estudos de literatura pela UFRGS, Arthur Maia, irá ministrar o curso online Os Mundos de George R. R. Martin a partir de Março de 2021.

Destinado a leitores em geral e a estudantes de letras, o curso abordará diferentes momentos da carreira literária de George R. R. Martin, abrangendo desde sua ficção científica do início da década de 1970, até a publicação de seu grande sucesso, A Guerra dos Tronos, passando pela ficção histórica dos anos 1980.

As aulas terão momentos expositivos e interativos, cruzando as obras selecionadas (que devem ser lidas antes das aulas) com temas de teoria literária, históricos e sociais. Para dúvidas, escrever para [email protected].

As inscrições estão abertas imediatamente (aqui), e duram até que se esgotem as trinta vagas ofertadas.

Atenção: a inscrição será efetuada apenas após envio de comprovante de pagamento para o e-mail referido acima.

Informações Gerais:

  • Data: Todas as quintas-feiras, de 11 de Março a 13 de Maio
  • Horário: Das 19h30min às 21h.
  • Plataforma: Google Meets
  • Valor: R$ 50 para inscrições até 28/02. A partir de 1º/03, o valor passa a ser de R$ 60.
  • Formas de pagamento:

Cronograma

Data Tema Leituras
11/03 Apresentação do Curso ·         Uma Canção para Lya
18/03 A Nova Onda da Ficção Científica ·         O Herói

·         E, Sete Vezes, Nunca Mate o Homem

25/03 A Tradição Romântica ·         Com a Manhã Vem o Pôr da Neblina

·         O Segundo Tipo de Solidão

08/04 Medievalismo e Fantasia ·         As Canções Solitárias de Laren Dorr

·         Nas Terras Perdidas

15/04 Gótico e Horror ·         Sonho Febril
22/04 Horror e o Weird ·         Nightflyers

·         Reis da Areia

29/04 Questões de Confiabilidade ·         Retratos de Seus Filhos

·         Essa Torre de Cinzas

06/05 Revisitando a Fantasia I ·         A Guerra dos Tronos
13/05 Revisitando a Fantasia II ·         A Guerra dos Tronos

O post Curso: Os Mundos de George R. R. Martin apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
https://www.geloefogo.com/2021/01/curso-os-mundos-de-george-r-r-martin.html/feed 3 108326
Limo sem manto: a verdadeira identidade de Limo Manto Limão https://www.geloefogo.com/2020/09/limo-sem-manto-a-verdadeira-identidade-de-limo-manto-limao.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=limo-sem-manto-a-verdadeira-identidade-de-limo-manto-limao https://www.geloefogo.com/2020/09/limo-sem-manto-a-verdadeira-identidade-de-limo-manto-limao.html#comments Mon, 21 Sep 2020 22:53:45 +0000 https://www.geloefogo.com/?p=107741 Buscar por significados em coisas aparentemente irrelevantes já é costume dos fãs de As Crônicas de Gelo e Fogo. Mesmo […]

O post Limo sem manto: a verdadeira identidade de Limo Manto Limão apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>

Buscar por significados em coisas aparentemente irrelevantes já é costume dos fãs de As Crônicas de Gelo e Fogo. Mesmo o menor dos personagens, por vezes, carrega pequenos indícios de fazer parte de algo muito maior, e isso é um dos grandes atrativos da série de livros de George R. R. Martin. As revelações de Arstan Barba-Branca, Fedor, Griff e Jovem Griff são algumas que nos deixam atentos, e geram especulações (com variados graus de probabilidade) sobre outros como Quaithe, Alleras, Lemore e Abel.

No entanto, um personagem que nunca me ocorreu que pudesse ter uma identidade o relacionando com um contexto completamente inesperado é o fora-da-lei Limo Manto Limão. No entanto, em algum momento do ano passado, descobri essa teoria no tumblr de Lady Gwynhyfvar (que também faz parte do podcast Radio Westeros) que me surpreendeu, justamente por apresentar evidências simples e bem fundamentadas. Resolvi então, entrar em contato com a autora e pedir sua autorização para traduzir sua especulação sobre Limo para o português. Confira o texto abaixo:


Introdução

Limo Manto Limão por David Demaret

Quem de nós nunca se perguntou sobre a verdadeira identidade do encantador Limo Manto Limão? Um dos líderes da Irmandade sem Bandeiras, Limo não tem um nome verdadeiro mencionado e nem uma história pregressa, apesar de nós sabermos o nome e história de muitos de seus companheiros, incluindo alguns muito mais insignificantes na narrativa. Algum tempo atrás, uma combinação inesperada de divagações, inspirada por perguntas de membros do fórum Westeros.org, me fez conectar Limo com outro personagem, cujo nome é mencionado apenas uma vez, e que é citado em só mais uma ocasião. Mas o que me levou a conectar Limo com Sor Richard Lonmount, outrora escudeiro e companheiro do Princípe Rhaegar Targaryen? Para ser honesta, de início, não foi nada além da cor de seus mantos, unida à convicção de que o cavaleiro das caveiras e beijos será importante. Mas no fim das contas, existe uma quantidade considerável de pistas textuais em favor dessa conexão. Inicialmente, eu fiz essa teoria sozinha, porém, boa parte do crédito deve ser dado aos membros do Westeros.org, que pegaram essa panela quebrada (N.T.: “cracked pot” é uma expressão em inglês para teorias com pouco embasamento) e a levaram a sério. Eu não acho que seja exagero dizer que, com a ajuda deles, essa panela agora pode ter água dentro.

“Prophecy”, por Patrick McEvoy © Fantasy Flight Games.

No capítulo 43 de A Tormenta de Espadas, a Fantasma do Coração Alto exige pagamento pelas notícias que deu:

— Um odre de vinho por meus sonhos, e, pelas notícias, um beijo do grande idiota com o manto amarelo. (…) A boca dele vai ter gosto de limões e a minha, de ossos. Sou velha demais. (A Tormenta de Espadas, cap. 43, Arya VIII).

Antes disso, a Fantasma também foi consultada sobre o paradeiro de Lorde Beric. Nesse encontro, a pequena mulher fala sobre todo mundo se referindo aos seus brasões e representações de suas casas. Ela tem essa interação com Limo:

— Sonhos — resmungou Limo Manto Limão -, de que servem os sonhos? Mulheres-peixe e corvos afogados. Eu também tive um sonho na noite passada. Estava beijando uma moça de taberna que conheci. Vai me pagar por isso, velha?

— A moça está morta — sibilou a mulher. — Só os vermes podem beijá-la agora. (A Tormenta de Espadas, cap. 22, Arya IV).

Com o bardo Tom das Sete, a referência nos dois encontros é uma canção. Com Limo, a referência é a… beijos.

O brasão da casa Lonmouth foi descrito como “partição em seis: lábios vermelhos sobre fundo amarelo, caveiras amarelas sobre fundo vermelho”. Foi essa conexão entre beijos, caveiras (ossos) e a cor amarelo que me deram o momento de “a-ha!”. Mas a conexões não param por aí.

Brasão da casa Lonmouth

Quando Arya o conhece, ela acha que ele tem a aparência de um soldado:

O homem que seguia ao seu lado era uns bons trinta centímetros mais alto, e parecia um soldado. De seu cinto de couro com rebites pendia uma espada longa e um punhal, fileiras de anéis de aço sobrepostos estavam costuradas em sua camisa, e sua cabea estava coberta por um meio elmo de ferro negro em forma de cone. Tinha dentes estragados e uma cerrada barba castanha, mas era o manto amarelo com capuz que chamava atenção. Grosso e peado, manchado aqui por mato e ali por sangue, puído ao longo da bainha e remendado com pele de veado no ombro direito, o manto dava ao homem o aspecto de um enorme pássaro amarelo (A Tormenta de Espadas, cap. 13, Arya II).

Pela falta de referência direta, é de se supor que ele não esteja entre o grupo original que partiu com Lorde Beric de Porto Real, sendo um dos que se juntou à Irmandade nas Terras Fluviais. Apesar disso, ele faz um comentário que possivelmente é revelador:

Anguy, o Arqueiro, disse:

— Somos homens do rei.

Arya franziu a testa.

— Qual deles?

— O Rei Robert — disse Limo, com seu manto amarelo (A Tormenta de Espadas, cap. 13, Arya II).

Como explicar esse homem grande, leal a Robert, que tem aparência de soldado, usa um característico manto amarelo e estava nas Terras Fluviais antes da missão de Lorde Beric? Vamos dar uma olhada nos fatos que temos sobre Richard Lonmouth. Sabemos que ele já foi companheiro e escudeiro do Príncipe Rhaegar:

O escudeiro do Príncipe Rhaegar foi Myles Mooton, e depois Richard Lonmouth. Quando ganharam suas esporas, foi ele mesmo quem os armou cavaleiros, e permaneceram companheiros próximos. (A Tormenta de Espadas, cap. 8, Daenerys I).

Também sabemos que a casa Lonmouth vem das Terras da Tempestade e que Sor Richard já foi, ao menos uma vez, companheiro de bebida do Lorde das Terras da Tempestade, Robert Batatheon:

O senhor da tempestade derrotou o cavaleiro dos crânios e beijos numa batalha de copos de vinho (A Tormenta de Espadas, cap. 24, Bran II).

Já que sabemos da reputação de Robert como um ávido beberrão, Sor Richard deveria uma tendência parecida, para deixá-lo tão envolvido na competição. Limo é um homem grande que gosta de beber:

Limo Manto Limão abriu caminho entre os outros. Ele e Barba-Verde eram os únicos homens com altura suficiente para olhar Cão de Caça nos olhos (A Tormenta de Espadas, cap. 34, Arya VI).

— Bem, eu mandei-os. Vocês deviam estar bêbados, ou dormindo.

— Nós? Bêbados? — Tom bebeu um longo trago de cerveja. — Nunca. (A Tormenta de Espadas, cap. 13, Arya II).

Nunca ficamos sabendo de que lado Sor Richard ficou na Rebelião de Robert. Myles Mooton lutou pelos Targaryens e foi morto no Septo de Pedra pelo próprio Robert Baratheon. Mesmo a última informação que temos sobre Lonmouth não nos dá uma indicação muito clara. Logo após a aparição do Cavaleiro da Árvore que Ri no torneio de Harrenhal:

Nessa noite, no grande castelo, tanto o senhor da tempestade como o cavaleiro dos crânios e dos beijos juraram que iriam desmascrá-lo, e o próprio rei exortou os homens a desafiá-lo, declarando que o rosto por trás do elmo não era seu amigo. (…) O rei ficou furioso , e até mandou o filho, o príncipe-dragão, procurar o homem, mas tudo que encontraram foi seu escudo pintado (A Tormenta de Espadas, cap. 24, Bran II).

Não temos indicação clara de com qual casa ele iria se alinhar: a de seu mentor e amigo Rhaegar Targaryen ou de seu parceiro de bebida e senhor Robert Baratheon. Mas talvez o lema da casa Lonmouth pode ser uma dica de que Sor Richard de fato escolheu um lado.

“A Escolha é Sua”

No seu papel de carrasco da Irmandade, Limo constantemente cumpre sentenças baseadas em escolhas. No caso de Merrett Frey, ele dá a escolha à Senhora Coração de Pedra:

— Ela não fala — disse o homem grande do manto amarelo. — Vocês, malditos bastardos, cortaram a garganta dela fundo demais para isso. Mas ela lembra-se. — Virou-se para a morta e disse: — O que diz, senhora? Ele participou? (A Tormenta de Espadas, cap. 81, Epílogo).

No “julgamento” de Brienne, a escolha é dada pelo nortenho, enquanto a sentença é executada por Limo:

O nortenho disse:

— Ela diz que deve escolher. Pegar a espada e matar o Regicida ou ser enforcada como traidora. A espada ou a corda, ela diz. Escolha, ela diz. Escolha (O Festim dos Corvos, cap. 42, Brienne VIII).

Limo está envolvido em escolhas dadas pela Irmandade, enquanto há também evidências que permitem especular outras escolhas fatídicas no seu passado. Enquanto “escolhas” podem ser vistas como um tema central em As Crônicas de Gelo e Fogo, o fato de que isso seja proeminente no lema de uma casa pequena parece quase como uma bandeira dizendo “olhe isso mais de perto”! E olhar mais de perto, nesse caso, definitvamente me levou a teorizações interessantes.

Pisando em território especulativo com o tema de “escolhas”, vou sugerir que Richard escolheu o seu senhor, Robert Baratheon, e lutou por ele na Rebelião. Logo depois que Arya, Gendry e Torta Quente são capturados pela Irmandade, a companhia chega à Estalagem do Ajoelhado. Aqui, a esposa do estalajadeiro serve cerveja para os jovens, porque ela não tem leite ou água para oferecer:

Limo, Arya Stark, Torta Quente e Gendry, por mustamirri

— A água do rio tem gosto de guerra, com todos os mortos que vem à deriva. Se lhes servisse uma tigela de sopa cheia de moscas mortas, vocês a tomariam?

— Arry tomaria — disse Torta Quente. — A Pombinha, quero dizer.

— E Limo também — sugeriu Anguy, com um sorriso manhoso. (A Tormenta de Espadas, cap. 13, Arya II).

Por que Anguy diria uma coisa dessas? Poderia ser que Limo já esteva à deriva no rio junto com cadáveres? Muito tempo depois, na Ilha Quieta, o Irmão Mais Velho conta a Brienne a história de quando praticamente morreu depois da Batalha do Tridente, mas foi levado pela correnteza, sobreviveu e nasceu para uma nova vida. Pode ser que algo parecido tenha acontecido com Limo?

Mais tarde, Limo revela ter conhecimentos locais que podem indicar que ele esteve na região quando esses eventos ocorreram:

— Os filhos de Lorde Lychester morreram na rebelião de Robert — resmungou Limo. — Alguns de um lado, outros do outro. Desde então, não anda bom da cabeça. (A Tormenta de Espadas, cap. 22, Arya IV).

E por fim, no Pêssego, o bordel que fica no Septo de Pedra, onde Robert pode ter se escondido antes da batalha, Tanásia tem algo a dizer para Limo:

— (…) Limo, é você? Ainda usa o mesmo manto maltrapilho, há? Eu sei por que é que nunca o lava, ah, se sei. Tem medo de que o mijo saia todo e a gente veja que na verdade é um cavaleiro da Guarda Real! (A Tormenta de Espadas, cap. 29, Arya V).

Se Limo é Richard Lonmouth, é possível que ele tenha estado no Septo de Pedra com Robert e seja conhecido de Tanásia por essa ocasião. Se ela sabia que ele era um cavaleiro a serviço do homem que se tornou rei, isso poderia explicar sua piada sobre a Guarda Real. Mas por que ele desapareceu então? Minha especulação nos leva de volta a O Festim dos Corvos, no capítulo de Brienne. No capítulo 25, Septão Meribald descreve para Brienne, Pod e Sor Hyle, a turbulência interna de um homem quebrado:

— (…) (A)té mesmo um homem que sobreviveu a cem batalhas pode ser quebrado como se a centésima fosse a primeira. Irmãos veem irmãos morrerem, pais perdem filhos, amigos veem amigos tentando segurar  suas entranhas depois de serem atingidos por um machado. (…)Eles adquirem uma ferida, e quando essa está quase se curando, adquirem outra. (…) E um dia eles olham ao redor e percebem que todos os seus amigos e parentes se foram. (…) E os cavaleiros vêm até eles, homens sem face vestidos em aço, e o trovão de ferro que carregam parece encher o mundo… e o homem se quebra (O Festim dos Corvos, cap. 25, Brienne V).

Meribald deixa claro que qualquer um pode quebrar, a qualquer momento. Todo homem tem seu limite, e é possível que Sor Richard tenha encontrado o seu após a Batalha do Tridente. Duas referências me fazem pensar que foi isso que aconteceu com Limo:

Limo Manto Limão por Mike Capproti

— Que se dane com isso — disse Limo Manto Limão — Ele também é o nosso deus, e vocês devem a nós suas miseráveis vidas. E o que tem ele de falso? Seu Ferreiro pode reparar uma espada quebrada, mas será que consegue reparar um homem quebrado? (A Tormenta de Espadas, cap. 39, Arya VII).

— Não é a única pessoa com ferimentos, Senhora Brienne. Alguns de meus irmãos eram bons homens quando isto começou… (O Festim dos Corvos, cap. 42, Brienne VIII).

Já sugeri que o comentário provocativo de Anguy pode indicar que Limo esteve no rio com cadáveres em algum momento. Suponhamos que Richard Lonmouth tenha caído no rio após a Batalha do Tridente, como aconteceu com o Irmão Mais Velho. Se ele foi recolhido e cuidado por uma pessoa boa e generosa, levaria algum tempo até que ele pudesse receber notícias sobre o que aconteceu na batalha e depois dela. Será que ele ficou devastado ao saber que seu amigo, o príncipe, havia sido morto por seu senhor? Será que a culpa de sua escolha se tornou um peso para ele? Isso com certeza seria o suficiente para fazê-lo quebrar. Mas eu acredito que haja ainda mais elementos em jogo aqui. Estou especulando que Sor Richard escolheu o lado vencedor, mas então, por que ele não apareceu em nenhum momento para receber a devida recompensa de seu senhor e novo rei? Assumindo que Limo seja Sor Richard, acredito que a explicação por trás de seu ódio pelos Lannisters seja a peça que faltava para completarmos o quebra-cabeça. Não sabemos exatamente por que Limo os odeia tanto, ou se Richard Lonmouth era casado, mas sabemos que Limo era casado, e teve uma filha:

— Quero minha mulher e filhas de volta — disse o Cão de Caça. — Seu pai pode me dar isso? (O Festim dos Corvos, cap. 42, Brienne VIII).

Se seguirmos assumindo que Limo e Richard são a mesma pessoa, vou propor que a família de Richard Lonmouth estava em Porto Real durante a Rebelião. Talvez sua esposa viesse de uma família lealista, ou talvez eles tenham pensado que seria um lugar seguro para se estar. Mas nós sabemos que os Lannisters saquearam a cidade e que não houve misericórdia para ninguém, da família real até a plebe mais pobre. Poderia ser que sua esposa e filha estivessem entre as vítimas? Isso poderia explicar a vontade dele de enforcar “leões” e, julgando pelo seu comentário, a associação deles com a perda da família. Então, com os Lannisters sendo a nova família adjunta de seu antigo senhor, pode ser que isso tenha tornado impossível para ele se revelar e servir Robert publicamente.

Uma revelação dessas iria requerer algum propósito narrativo. Então, voltemos ao Torneiro de Harrenhal e ao juramento do cavaleiro das caveiras e beijos de desmascarar o Cavaleiro da Árvore que Ri (que quase todos nós já assumimos ser Lyanna Stark). Sabemos que GRRM usa paralelos temáticos em sua narrativa com frequência. Nós também sabemos que Arya tem certa semelhança com sua tia:

— Lyanna poderia ter usado uma espada, se o senhor meu pai divesse permitido. Você por vezes faz com que me lembre dela. Até se parece com ela (A Guerra dos Tronos, cap. 22, Arya II).

“Knights of Hollow Hill” por C. Griffin © Fantasy Flight Games.

Olhando para algumas das interações entre Arya e Limo, um incidente em particular se destaca. Quando Arya descobre que ela é, na verdade, prisioneira da Irmandade, ela tenta fugir:

Em suas costas, os fora da lei praguejavam e gritavam-lhe para voltar. Fechou os ouvidos aos gritos, mas quando deu um olhar de relance por cima do ombro, quatro deles vinham em seu encalço, Anguy, Harwin e Barba-Verde lado a lado e, mais atrás, Limo, cujo comprido manto amarelo esvoaçava atrás dele enquanto cavalgava. (A Tormenta de Espadas, cap. 17, Arya III).

É fácil de imaginar uma cena parecida com Lyanna sendo perseguida em terreno similar por um grupo incluindo Sor Richard Lonmouth. Mais tarde, quase como que acenando com a cabeça para essa possibilidade, Tom canta para Arya:

Tom piscou o olho para ela e cantou:

E como sorriu e como ela riu,

a donzela do pinheiro.

Fugiu num rodopio e disse-lhe,

não quero o seu brasileiro.

Usarei um vestidos de folhas douradas,

a trança com ervas atada,

Mas você pode ser meu amor da floresta,

e eu a sua namorada. (A Tormenta de Espadas, cap. 22, Arya IV).

Aqui então, chegamos ao possível propósito narrativo de Limo ser Richard Lonmouth. Ele pode esclarecer o leitor sobre as primeiras interações de Rhaegar e Lyanna, e a razão pela qual Rhaegar coroou Lyanna como Rainha do Amor e da Beleza. Pode também, se ele tiver continuado como um dos confidentes do príncipe, esclarecer os eventos posteriores. No mínimo, ele seria um dos poucos presentes do torneio de Harrenhal que ainda está vivo. Isso o colocaria na mesma categoria de Howland Reed, a de “alguém que sabe demais”.

Concluindo, Ser Richard Lonmouth, cujas cores da casa são preto e amarelo, nunca mais é mencionado após sua rápida aparição no Torneio de Harrenhal. Durante a Guerra dos Cinco Reis, um fora-da-lei sem nome ou história conhecidos aparece nas Terras Fluviais, vestindo um característico manto amarelo de tecido pesado (e aparentemente, caro). Em sua jornada, Limo é associado com beijos e escolhas, o que sabemos serem temas da casa Lonmouth. Baseado nessas associações, podemos estabelecer uma conexão entre ambos. Uma leitura detalhada nos permite entrar em algumas especulações para preencher os detalhes dos anos intermediários. E por fim, quanto à importância dessa teoria, se ele foi uma parte do grupo que perseguiu o Cavaleiro da Árvore que Ri, e alguma revelação foi feita, Sor Richard poderia ter informações interessantes sobre a história de Rhaegar Targaryen e Lyanna Stark.

Adendo (de dezembro de 2014)

Com novas informações agora disponíveis em O Mundo de Gelo e Fogo, a Supreme Court of Westeros discutindo sobre a teoria e o episódio 09 do Radio Westeros apresentando a teoria em formato de áudio, parece o momento adequado para um rápido adendo. O Mundo de Gelo e Fogo revela que Ser Ricahrd Lonmouth estava entre os apoiadores de Rhaegar na corte quando houve uma óbvia divisão entre ele e Aerys:

O apoio do príncipe Rhaegar vinha dos homens mais jovens da corte, incluindo Lorde Jon Connington, Sor Myles Mooton de Lagoa da Donzela e Sor Richard Lonmouth. Os dorneses que vieram para a corte com a princesa Elia também eram da confiança do príncipe, em particular o príncipe Lewyn Martell, tio de Elia e irmão juramentado da Guarda Real. Mas o mais formidável de todos os amigos e aliados de Rhaegar em Porto Real ecertamente era Sor Arthur Dayne, a Espada da Manhã (O Mundo de Gelo e Fogo, O Ano da Falsa Primavera).

Já que essa descrição vem durante uma discussão sobre política da corte e conspirações em época próxima ao Torneio de Harenhal, a implicação parece ser que Lonmouth apoiava mudanças de regime. Também de O Mundo de Gelo e Fogo vem a forte sugestão de que Lonmouth acompanhou Rhaegar para as Terras Fluviais na fatídica missão que culminou no desaparecimento de Lyanna Stark:

Com a chegada do novo ano, o príncipe herdeiro pegara a estrada com meia dúzia de seus amigos e confidentes mais próximos, em uma jornada que acabaria por levá-los de volta às Terras Fluviais. A menos de sessenta quilômetros de Harrenhal, Rhaegar encontrou Lyanna Stark de Winterfell e a levou consigo, acendendo um fogo que consumiria sua casa, seus parentes e todos aqueles que ele amava — além de metade do reino. (O Mundo de Gelo e Fogo, O Ano da Falsa Primavera)

Vamos revisitar a informação dada por sor Barristan: “O escudeiro do Príncipe Rhaegar foi Myles Mooton, e depois Richard Lonmouth. Quando ganharam suas esporas, foi ele mesmo quem os armou cavaleiros, e permaneceram companheiros próximos“.  Tendo isso em mente, combinado com as informações de O Mundo de Gelo e Fogo, podemos supor que essa meia dúzia de companheiros eram provavelmente Arthur Dayne e Oswell Whent (como já revelado no aplicativo A World of Ice and Fire), Mooton e Lonmouth (ambos identificados como companheiros de Rhaegar em mais de uma ocasião), e talvez Connington e o príncipe Lewin Martell, que é indicado como um dos maiores apoiadores de Rhaegar em O Mundo de Gelo e Fogo.

Dado o resultado da situação de Rhaegar e Lyanna, com Aerys executando Rickard e Brandon Stark e pedindo a cabeça de dois de seus Senhores Protetores, propusemos que Richard Lonmouth tenha escolhido Robert na Rebelião com o objetivo de causar uma mudança de regime, o que foi indicado que ele apoiava. Lembremos que, no início, Rhaegar estava distante dos eventos, e a Rebelião era tecnicaente contra Aerys, objetivando remover um tirano progressivamente mais insano do poder. O envolvimento de Rhaegar em dado momento — sem dúvidas, por conta de seu senso de responsabilidade para com a sua casa e talvez para salvar seus filhos em Porto Real — iria cair como uma luva nos temas de “escolhas” e “homem quebrado” que discutimos antes.

Aliás, não parece que precisaremos esperar muito tempo para botar essa teoria à prova. Na última vez que vimos as Terras Fluviais em A Dança dos Dragões, uma pessoa que provavelmente conhecia Richard Lonmouth está em rota de colisão com Limo Manto Limão e é um forte candidato para fazer a revelação. Quando Jaime Lannister reaparecer, ele pode se encontrar em uma reunião surpresa com alguém de seu passado.

O post Limo sem manto: a verdadeira identidade de Limo Manto Limão apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
https://www.geloefogo.com/2020/09/limo-sem-manto-a-verdadeira-identidade-de-limo-manto-limao.html/feed 1 107741
Segundo Wild Cards, ‘Ases nas Alturas’, ganha nova edição pela Suma https://www.geloefogo.com/2020/07/segundo-wild-cards-ases-nas-alturas-ganha-nova-edicao-pela-suma.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=segundo-wild-cards-ases-nas-alturas-ganha-nova-edicao-pela-suma https://www.geloefogo.com/2020/07/segundo-wild-cards-ases-nas-alturas-ganha-nova-edicao-pela-suma.html#respond Sat, 04 Jul 2020 19:10:06 +0000 https://www.geloefogo.com/?p=107830 Desde que assumiu a posição de principal editora dos livros de George R. R. Martin no Brasil, a Suma vem […]

O post Segundo Wild Cards, ‘Ases nas Alturas’, ganha nova edição pela Suma apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
Capa da edição de 2020 de “Ases nas Alturas”, pela editora Suma. Arte de Davi Augusto.

Desde que assumiu a posição de principal editora dos livros de George R. R. Martin no Brasil, a Suma vem trabalhando nas reedições de Wild Cards, série colaborativa coordenada por Martin.

O primeiro volume (rebatizado de “Wild Cards: O Começo” saiu em outubro do ano passado, e as redes sociais da editora recentemente anunciaram que sua sequência, Ases nas Alturas, já está disponível para compra em formato digital e que a edição física será publicada ainda em 2020.

A capa segue a cargo de Davi Augusto, como no volume anterior, bem como a tradução assinada por Petê Rissatti, responsável pela série desde os tempos da editora Leya. O livro foi originalmente publicado em 1987, e já tinha uma edição brasileira que saiu em 2013.

Esse romance-mosaico (ou seja, uma história maior composta de várias pequenas histórias escritas por autores diferentes) dá sequência aos acontecimentos retratados em Wild Cards: O Começo, e foca na resistência a uma nova invasão alienígena na Terra, bem como na ameaça da Ordem, uma sociedade secreta com propósitos malignos. A trilogia original é encerrada no volume seguinte, Apostas Mortais.

Histórias e autores

Em Ases nas Alturas, o leito encontra as seguintes histórias e autores:

  • “Moedas infernais” por Lewis Shiner
  • “Jube” por George  R. R. Martin
  • “Até a sexta geração” por Walter Jon Williams
  • “Das cinzas às cinzas” por Roger Zelazny
  • “Se olhares pudessem matar” por Walton Simmons
  • “Frio Invenal” por George R. R. Martin
  • “Dificuldades relativas” por Melinda Snodgrass
  • “Com uma ajudinha dos amigos” por Victor Milán
  • “Por caminhos perdidos” por Pat Cadigan
  • “O cometa do Sr. Koyama” por Walter Jon Williams
  • “Metade morta” por John J. Miller

Mais informações sobre Wild Cards podem ser encontradas em nossa página especial.


A nova versão de Ases nas Alturas pode ser adquirida na Amazon em formato kindle.

O post Segundo Wild Cards, ‘Ases nas Alturas’, ganha nova edição pela Suma apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
https://www.geloefogo.com/2020/07/segundo-wild-cards-ases-nas-alturas-ganha-nova-edicao-pela-suma.html/feed 0 107830
As dedicatórias dos livros de George R. R. Martin: As Crônicas de Gelo e Fogo https://www.geloefogo.com/2020/06/as-dedicatorias-dos-livros-de-george-r-r-martin-as-cronicas-de-gelo-e-fogo.html?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=as-dedicatorias-dos-livros-de-george-r-r-martin-as-cronicas-de-gelo-e-fogo https://www.geloefogo.com/2020/06/as-dedicatorias-dos-livros-de-george-r-r-martin-as-cronicas-de-gelo-e-fogo.html#respond Sun, 14 Jun 2020 21:59:43 +0000 https://www.geloefogo.com/?p=107475 George R. R. Martin, assim como muitos outros autores — para não arriscar dizer a imensa maioria — tem o […]

O post As dedicatórias dos livros de George R. R. Martin: As Crônicas de Gelo e Fogo apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
Foto original: Dravecky, Wikimedia Commons.

George R. R. Martin, assim como muitos outros autores — para não arriscar dizer a imensa maioria — tem o hábito de, nas páginas iniciais de suas publicações, fazer uma dedicatória para pessoas que foram especiais no processo de escrita ou publicação daquele material. Já se perguntou quem são as pessoas que ajudaram, mesmo que indiretamente, essas histórias a chegar até nós? Nessa série de publicações, iremos trazer compilações e contextualizações sobre todas as dedicatórias escritas por Martin.

É uma tarefa extensa, uma vez que isso inclui suas coletâneas, antologias, romances e também romances-mosaico organizados por ele. Mas não poderíamos começar por outra parte de sua obra que não As Crônicas de Gelo e Fogo. Confiram quem foi homenageado em cada livro da série principal, bem como nas obras derivadas.

A Guerra dos Tronos

Este vai para Melinda.

O primeiro livro de As Crônicas de Gelo e Fogo foi dedicado à amiga de George, também escritora, Melinda Snodgrass. Parte do grupo que jogou a campanha do RPG Super World no início dos anos 90, hoje em dia, Melinda divide o cargo de editora de Wild Cards com George, e quando A Guerra dos Tronos foi publicado, já era parte importante da equipe de autores da série, sendo criadora do Dr. Tachyon, um dos mais célebres personagens.

Seu histórico inclui diversas séries de livros de fantasia e ficção científica, com destaque para Imperials. Também foi roteirista de Star Trek: Next Generation, universo no qual ainda editou uma coletânea, que inclui um conto seu. Atualmente, Melinda é uma das produtoras das vindouras séries de TV baseadas em Wild Cards. Tem dois contos publicados no Brasil em coletâneas editadas por Martin e Gardner Dozois: Escrito no Pó, em As Crônicas de Marte, e As Mãos que Não Estão Lá, em Mulheres Perigosas.

A Fúria dos Reis

Para John e Gail, por toda a carne e hidromel que compartilhamos.

John Jos Miller, Gail Gerstner, Walter Jon Williams e George R. R. Martin durante suas sessões de Superworld, que dariam início a Wild Cards.

O escritor John Jos. Miller e sua esposa, Gail Gerstner, são amigos de longa data de George. Também residentes do Novo México (o casal mora em Albuquerque, enquanto George, em Santa Fe), fizeram parte do círculo de amigos ao qual George se junto por intermédio de Roger Zelazny, quando era um recém chegado na cidade. John acredita que ambos tenham se conhecido em alguma das sessões de RPG na casa do também escritor Walter John Miller, ou em alguma convenção.

Em uma dessas sessões, George ficou encarregado de mestrar uma campanha no sistema Super World, e o grupo de amigos, que contava tanto com John e Gail, como com George e Parris, começou a desenvolver o que eventualmente se tornaria a série Wild Cards. Gail se aventurou a escrever também e participou de um dos volumes da série, Ases pelo Mundo, introduzindo sua personagem no jogo original, a Peregrina. Já John, que estreou já no primeiro volume da série com seu personagem, O Caçador, já participou de 16 volumes até hoje.

A Tormenta de Espadas

Para Phyllis, que me convenceu a incluir os dragões.

Phyllis Eisenstein.

A escritora Phyllis Eisenstein, amiga pessoal de Martin e autora de fantasia que publica desde os anos 70, foi a homenageada desse livro. A relação entre os dois autores é antiga: seu conto publicado em 1978, Lost and Found, dez anos mais tarde foi adaptada como um episódio da segunda Além da Imaginação, e o roteiro foi escrito por George.

Em agosto de 2017, Martin comentou como, apesar de sempre ter planejado que os dragões fossem o símbolo da casa Targaryen, as criaturas não estariam presentes na sua saga literária, no entanto, Phyllis o convenceu a incluí-los, recebendo, por isso, a dedicatória em A Tormenta de EspadasAlém disso, o personagem Alaric de Eysen, presente no casamento de Joffrey e Margaery é uma pequena referência ao protagonista do romance de Phyllis, Tales of Alaric the Minstrel. Uma história de Phyillis com Alaric também está presente em Rogues, antologia editada por Martin e Gardner Dozois.

O Festim dos Corvos

Para Stephen Boucher, o mago do Windows, o dragão do DOS, o responsável por esse livro não ter sido escrito em giz de cera.

Todos sabemos que os livros de George não são escritos da maneira mais moderna possível: ele ainda usa um computador com sistema operacional DOS, um sistema antigo, simples e sem conexão com a internet. Até pouco tempo, o escritor ainda usava um computador que datava do início dos anos 80. Hoje usa uma máquina mais nova, mas que continua emulando o DOS. Durante a escrita de O Festim dos Corvos, no entanto, seu computador parou de funcionar. O livro é dedicado ao técnico de informática Stephen Boucher, que conseguiu consertá-lo sem que o que já havia sido escrito fosse perdido.

A Dança dos Dragões

Este é para meus fãs, para Lodey, Trebla, Stego, Pod, Caress, Yags, X-Ray e Mr. H, Kate Chataya, Mormont, Mich, Jaime, Vanessa, Ro, para Stubby, Louise, Agravine, Wert, Malt, Jo, Mouse, Telisiane, Blackfyre, Bronn Stone, Coyote’s Daughter e o restante dos homens loucos e mulheres selvagens da Irmandade sem Estandartes,

Para os meus magos do website, Elio e Linda, senhores de Westeros, Winter e Fabio do WIC, e Gibbs do Dragonstone, que começou tudo isso,

Para os homens e mulheres de Asshai, na Espanha, que cantam para nós sobre um urso e uma bela donzela, e os fabulosos fãs da Itália que me deram tanto vinho,

Para meus leitores na Finlândia, Alemanha, Brasil, Portugal, França, Holanda e todas as terras distantes que estiveram esperando por esta dança,

E para todos os amigos e fãs que ainda encontrarei, obrigado pela paciência.

O sucesso de Martin cresceu exponencialmente entre o lançamento de O Festim dos Corvos A Dança dos Dragõespor conta da produção e lançamento de sua adaptação televisivaO intervalo entre esses dois volumes também foi a maior espera de As Crônicas de Gelo e Fogo para os fãs. Nesse sentido, é simbólico que George os agradeça pela paciência, e apesar de mencionar vários países onde sua obra estava sendo publicada e lida, faz questão de citar nominalmente alguns de seus mais antigos e fiéis leitores. Entre os mencionados, está Adam Whitehead, autor do blog Wertzone, que chegou a virar personagem em um dos capítulos liberados de Os Ventos de Inverno e Peter Gibbs, fundador do Dragonstone, o primeiro site de fãs para a série de livros.

A Brotherhood Without Banners é uma antiga organização de fãs da saga que se reúne em convenções desde 2001, quando também contavam com a participação de Martin. O autor citou alguns de seus membros fundadores, que se conheceram online nos primórdios do fandom. Agradeceu também ao fórum do site Westeros.org, a mais antiga organização online de fãs da saga ainda em existência, criada por Elio García e Linda Antonsson, que são agradecidos logo abaixo. Elio e Linda possuem uma longa amizade com George, sendo frequentemente consultados pelo autor para evitar inconsistência nos livros, e também, tendo sido escolhidos  como co-autores de O Mundo de Gelo e Fogo.

George R. R. Martin com membros do fã clube oficial Brotherhood Without Banners.

Junto com eles, são mencionados os então administradores do site Winter is Coming, portal que hoje faz parte de um conglomerado de mídia para notícias pop em geral. Ainda entre os sites, o Asshai foi o primeiro fórum em espanhol para fãs da saga. Embora ainda esteja no ar, as discussões originais (que incluíam até uma entrevista com George), foram perdidas.

O Cavaleiro dos Sete Reinos

George R. R. Martin e Raya Golden.

Para Raya Golden, por todos os sorrisos animados e ilustrações bonitas.

Raya Golden trabalha com Martin como assessora na Fevre River Packet Company, onde concentra as funções de assessora de arte, licenciamento e redes sociais pelos últimos nove anos. Como artista, sua primeira graphic novel foi uma adaptação do conto do autor, O Homem do Depósito de Carne, que chegou a ser indicada ao prêmio Hugo. Em 2019, adaptou Starport, um roteiro antigo de Martin para uma série de TV que nunca chegou a ser produzida, para quadrinhos também. O Gelo & Fogo entrevistou Raya no ano passado a respeito desse lançamento.

O Mundo de Gelo e Fogo

Para o Senhor mais estimado e gracioso, Tommen, Primeiro de Seu Nome, Rei dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, Senhor dos Sete Reinos e Protetor do Território, Yandel humilde Meistre da Cidadela, deseja prosperidade mil vezes, agora e sempre, e sabedoria sem igual.

Como uma obra cuja escrita simula ser um livro dentro do universo de As Crônicas de Gelo e Fogo, a dedicatória é feita para um personagem, o atual ocupante do Trono de Ferro, Tommen Barahteon. Ela é assinada por Meistre Yandel, o alterego de Elio Garcia e Linda Antonsson, fundadores do site Westeros.org, e autores de fato da maior parte do texto do livro.

Fogo & Sangue

Para Lenore, Elias, Andrea e Sid, os Mountain Minions.

Os assistentes de George, a quem ele carinhosamente chama de minions, são os membros da Fevre River Packet Company. Há uma publicação no subreddit Valíria, na qual o usuário Alto Valiriano listou o que sabemos sobre a identidade desses assistentes. Em Fogo e Sangue, estão referenciados Elias Gallegos, que coordena o Jean Cocteau Cinema, Lenore Gallegos, que entre outras funções, coordena a agenda de George, Siri Dharam Kaur Khalsa, garçonete e barista no Jean Cocteau Cinema, e Andrea L. Mays, cujas funções são desconhecidas do grande público.

Não se sabe com certeza o significado do termo “Mountain Minions” e qual seria sua diferença em relação aos minions “regulares”. No entanto, uma teoria interessante, em artigo de nosso colega espanhol Javi Marcos, e que considero a mais provável, é que essas tenham sido as pessoas que o auxiliam durante os períodos em que está recluso em sua cabana secreta, como para a escrita de Fogo e Sangue.

É interessante notar que em três dos casos que mencionamos aqui, os livros foram dedicados a outros escritores de ficção científica e fantasia, amigos de George e também, influências para ele. Pessoalmente, sempre defendo que para ampliar nosso entendimento de As Crônicas de Gelo e Fogo, sempre vale à pena localizá-las no tempo e no espaço.

O que Martin costuma ler? Qual a importância da obra em relação a outros trabalhos sendo publicados na mesma época? O que os influenciou e o que foi influenciado por eles? Algumas dessas respostas estiveram nessa primeira parte do artigo, porém, muitas mais virão na sequência, onde falaremos sobre as dedicatórias dos outros romances e coletâneas de Martin.

O post As dedicatórias dos livros de George R. R. Martin: As Crônicas de Gelo e Fogo apareceu primeiro em Gelo & Fogo.

]]>
https://www.geloefogo.com/2020/06/as-dedicatorias-dos-livros-de-george-r-r-martin-as-cronicas-de-gelo-e-fogo.html/feed 0 107475