Olá! Pergunte ao Conselho, a seção na qual a equipe do Gelo & Fogo responde a perguntas enviadas pelos leitores, chegou a sua oitava edição. Para enviar sua dúvida ou questionamento, use o formulário que está aqui.

Confira a seguir três perguntas e respostas desta semana:

Bran e o Corvo de Três Olhos

Olá, pessoal. Parabéns pelo site e pelo conteúdo. O que o Corvo de Três Olhos quis dizer quando falou “embora a hora seja tardia” para Bran? E por que Bran foi o escolhido para ser treinado, o que ele tem de especial ? Obrigada.
(Lidiane Fleury)

Corvo de Três Olhos
O Corvo de Três Olhos. Arte: Marc Simonetti para o Calendário 2013 de As Crônicas de Gelo e Fogo.

Respostas do Conselho

Felipe Bini: Do que depreendo do contexto dessa fala do Corvo, ele tencionava que Bran tivesse vindo ao encontro dele antes. Não fica claro por que ele pretendia isso, mas a minha inferência é que se refira ao iminente confronto dos Filhos da Floresta/homens contra os Outros, e de um possível papel que Bran tenha a desempenhar nesse conflito. A ideia é que Bran chegou “em cima da hora” para que Brynden possa ensiná-lo, e que gostaria que ele tivesse mais tempo de preparação como vidente verde.

E é o aparente status de vidente verde de Bran que o torna especial. Brynden diz a ele em dado momento que apenas um homem entre mil nasce troca-peles, e apenas um entre mil troca-peles pode ser um vidente verde. As conversas de Meera e Jojen com Bran, e a descrição dos videntes verdes feita por Brynden também indicam que o menino Stark tem essa habilidade tão rara.

Arthur Maia: Obrigado! Acho que tu fez as perguntas que todos queremos as respostas hahah. O enredo de Bran ainda é um dos mais misteriosos, e sendo essas palavras de Brynden uma das últimas vezes que vemos esses personagens, ainda não houve muito desenrolar desde então. Embora eu não faça a menor ideia de como te responder, tenho certeza que as respostas das duas coisas ficarão bem claras nos próximos volumes da saga.

Dragões em Essos

Saudações! Não poderia deixar de dizer que o novo site ficou maravilhoso em tantos sentidos que seria exaustivo elencar. Vocês não sabem o quanto esperei por este retorno! Um muito obrigado a equipe. Uma questão que me saltou aos olhos no mundo de gelo e fogo foi que, após a perdição cair sobre Valíria, são relatados que dragões sobreviveram em Lys, Tyrosh e Qohor. Porém, na seção “Os filhos de Valíria”, existe uma contraposição entre as cidades livres e as cidades governadas diretamente por Valíria, por arcontes enviados “frequentemente montados em dragões”. Cidades como Mantarys, Volon Therys e Elyria, que sobreviveram a perdição. Por que não tinham dragões nessas cidades nesse momento? Seria coincidencia, alguma imperfeição ou parte do enredo planejado? Ou ainda os relatos estariam incompletos? Gostaria de saber suas considerações. Abraços.
(Vinícius Marcolino)

Resposta do Conselho

Dragonlords
Senhores de dragão de Valíria. Arte: Magali Villeneuve, para O Mundo de Gelo e Fogo.

Felipe Bini: Obrigado Vinícius! Existem várias possibilidades. Não sabemos se não havia dragões nessas cidades nesse momento, se os arcontes enviados para elas calharam de não serem montadores de dragões, ou se, como ocorreu com os senhores de dragão sobreviventes em Lys, Qohor e Tyrosh, foram mortos pelos habitantes locais. Parece mesmo que os relatos estão incompletos (lembrei de Obi-Wan Kenobi procurando por Kamino nos Arquivos do Templo Jedi), e talvez isso nem tenha sido intencional. Martin, Antonsson e García podem nem ter dado tanta atenção assim à questão, adicionando o pequeno detalhe sobre os dragonlords sobreviventes nas Cidades Livres mas tendo esquecido da menção anterior às colônias valirianas. Mas não é algo necessariamente contraditório, se um dia houver um complemento, dá para haver uma explicação razoável.

Arthur Maia: Algo que devemos ter em mente sempre sobre esses relatos é que, sim, eles são lacunares e incompletos, e sempre podemos ter mais informações a respeito no futuro. As informações que temos sobre Mantarys, Volon Therys e Elyria são muito poucas, mas sobre a primeira, sabemos que não sobreviveu à Perdição. A segunda, é uma ilha, e bastante próxima, é possível que não houvesse necessidade de uma mudança permanente, especialmente de quem possui dragões, já que a viagem seria bem rápida. Volon Therys, embora um pouco mais distante, a cidade foi conquistada pelos Volantinos logo após o ocorrido na península, então, quaisquer dragões que houvessem lá, podem ter sido mortos ou se movido para Volantis.

As intenções do Alto Pardal

Olá, pessoal do Gelo e Fogo. O novo portal ficou muito bom, parabéns pelo empenho. O Alto Pardal nos livros está a serviço de alguém para atacar os Lannister e Tyrells ou ele age inteiramente pela própria fé ? E como ele sabia que Cersei podia ser uma criminosa? Se ele torturou Osney Kettleback para que ele contasse a verdade me pareceu que ele já desconfiava previamente da Cersei. Obrigada pela atenção.
(Dominique Azeredo)

Resposta do Conselho

Alto Pardal
O Alto Pardal. Arte: Marc Fishman.

Felipe Bini: Ao que tudo indica o Alto Pardal original realmente é um devoto extremo dos Sete, sem uma agenda externa controlando suas ações. Além do fato de Lannister e Tyrells serem facções rivais na corte, outras ações que ele tomou quando ascendeu ao cargo máximo da Fé (como vender joias e roupas caras) indicam que ele realmente tem intenções próprias (ou no mínimo está encenando muito bem). Não é inteiramente impossível que ele tenha contato com alguma facção externa (talvez Varys, procurando no futuro apoio para Aegon – que afinal, é instruído na Fé dos Sete), mas no mínimo a ascensão dele aparentemente foi genuína. Não existem passagens que indicam uma possível aliança dele com outros agentes, e George costuma deixar pistas em situações desse tipo (ele quer que os leitores mais atentos descubram as coisas).

Quanto à tortura de Osney, que levou à incriminação de Cersei, o próprio Alto Pardal durante os livros explica as razões para tanto. Quando ele mostra a Cersei o estado em que Osney se encontra, ele comenta: “Já ouvi muitos homens confessarem, Vossa Graça, mas raramente ouvi um homem tão contente por ser tão culpado” (O Festim dos Corvos, capítulo 43, Cersei X). Fica claro portanto, que o Alto Pardal desconfiou da extrema boa-vontade com que o Kettleblack confessou seus pecados a respeito de Margaery, e o torturou para “verificar” a veracidade – e foi então que ele ouviu uma história diferente.

Arthur Maia: Muito obrigado, Dominique! Sobre o Alto Septão #3, ou Alto Pardal, acho que seria um tanto distante da premissa de personagens humanos caso ele estivesse agindo a partir de objetivos muito céticos. Penso isso porque tivemos essa revelação sobre a Melisandre: ela acredita em R’hllor, e isso a torna muito mais interessante do que se fosse apenas uma feiticeira maligna servindo a um senhor das trevas. E me parece que ele descobriu a respeito de Osney porque a situação toda deve ter sido forçada, com Osney querendo confessar, ou então, o cavaleiro falou algo suspeito.

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