AVISO: Se você ainda vai jogar, tome cuidado com os spoilers.

Como vão, patrulheiros? Abaixo vocês podem conferir meu review (só um pouco atrasado) do incrível segundo episódio do jogo Game of Thrones – A Telltale Game Series, intitulado The Lost Lords (Os Lordes Perdidos) que, ao menos pra mim, conseguiu ser ainda melhor que o primeiro.

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Com uma trama envolvente e bem amarrada, protagonistas que conseguem facilmente conquistar nossa afeição, escolhas cada vez mais difíceis e um desfecho memorável, a Telltale Games mais uma vez nos trouxe um episódio de qualidade, dessa vez um pouco mais focado na emocionante história criada por eles, sem deixar de lado o universo e as personagens originais da série que nós amamos.

(Ao invés de analisar os subcapítulos separadamente, eu preferi comentar a participação de cada um dos personagens com P.O.V. no jogo.)

Vamos lá?

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ASHER FORRESTER – O episódio começa nas ruas de uma Yunkai libertada por Daenerys Targaryen – algo que nunca chegamos a ver decentemente na série da HBO, o que, por si só, já é bem interessante. Lá nós conhecemos a ovelha negra da família Forrester, Asher, que foi mencionado algumas vezes no primeiro episódio como o filho “degenerado” que foi enviado para Essos, mas logo no início descobrimos que o personagem é bem menos implacável do que se imaginava (apesar de ter colocado medo até numa Manticora!).

Mesmo que você faça dele um mercenário durão, cheio de raiva e ressentimento pelo fato de ter sido exilado pelo pai, Asher parece um cara bem… leve (?), considerando tudo que aconteceu (talvez a causa do exílio, um amor proibido entre ele e a filha do Lorde Whitehill, tenham ajudado a despertar empatia logo de cara). Ele é facilmente convencido pelo tio, Malcolm, a retornar a Westeros, independente dos esforços do jogador em demonstrar desinteresse pela proposta.

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Todas as cenas na cidade são mais voltadas para a ação, à medida que Asher foge da Legião Perdida (companhia criada especialmente para o game, cujos membros clamam ser descendentes da Antiga Valíria – o que pode ser verdade, considerando a cor púrpura de suas íris) e o jogador precisa se concentrar nas sequências de botões que saltam na tela enquanto, ao mesmo tempo, tenta prestar atenção aos poucos diálogos que acontecem entre o mercenário, o tio, e sua companheira Beskha – outra personagem carismática criada pela Telltale (David Benioff e Dan Weiss podiam aprender algumas coisas com eles na hora de inventar personagens).

Entre mortos e feridos (que não foram poucos), as cenas serviram como uma bela introdução para o personagem, que conseguiu facilmente entrar no meu time de favoritos. E a promessa deixada no final, de que o trio seguirá para Meereen a fim de montar um exército para ajudar os Forresters (e, provavelmente, encontrar a Mãe de Dragões – que já teve a participação confirmada no jogo), só tornou tudo ainda mais excitante.

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GARED TUTLE – O núcleo de Castelo Negro no jogo, assim como na série de TV, ainda parece um pouco “descolado” do resto da história, sem toda aquela tensão estratégica e política que sentimos em outras storylines, o que fez dos capítulos de Gared os menos interessantes entre os que foram apresentados nesse episódio, apesar de terem sido um dos mais imersivos.

Em “The Lost Lords” o ex-escudeiro de Lorde Forrester apenas se apresentou à Patrulha da Noite, treinou um pouco e fez alguns amigos (e inimigos). Um desses amigos foi o bastardo Jon Snow – o que já era de se esperar visto que os dois personagens são bem parecidos. Jon, que no jogo é dublado pelo seu intérprete no seriado, o ator Kit Harington, foi uma clara inspiração do time da Telltale para o desenvolvimento de Gared, com toda aquela coisa de não carregar o sobrenome da Casa pela qual eles lutam, as desavenças com outros irmãos da Patrulha e etc. Isso provavelmente ajudou na hora de escrever a conversa entre eles no topo da Muralha, que foi agradavelmente fluida, mas sem grande relevância para a trama central dos Forresters.

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Embora Gared não seja um Forrester, acredito que a importância dele para o futuro de Ironrath seja revelada junto ao misterioso propósito da “The North Grove” – que ainda não sabemos exatamente o que é, mas que provavelmente fica ao norte da Muralha, já que, como vimos em “Iron From Ice”, Gared precisa se tornar um patrulheiro para ajudar a protegê-la.

MIRA FORRESTER – Ao contrário do que acontece na Muralha, assim como na série, é em Porto Real que o caldo engrossa de verdade a medida que vemos Mira Forrester cada vez mais envolvida nos arriscados jogos políticos de Margaery, Cersei e Tyrion. No início eu até desconfiei que esse núcleo fosse só uma desculpa para trazer ao game algumas das caras mais conhecidas da adaptação da HBO, mas ele acabou se tornando um dos mais envolventes – e mais perigosos.

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Tão interessantes quanto os personagens da série foram os personagens criados especialmente para o jogo, como é o caso de Beskha e de Tom, o “coal boy”, que suspeito ser um dos passarinhos de Varys (que interesse a Aranha teria na jovem lady Forrester?). A forma como ele protege a Mira é bem bacana, e essa relação promete ficar ainda mais interessante agora que os dois são cúmplices de um assassinato… A não ser que vocês tenham deixado o menino ali sozinho para morrer… Mas vocês não fariam isso, certo?

E quem será que encomendou o assassinato de Mira pelas mãos de Damien – aquele (suposto) membro da Guarda Lannister? Teria sido Cersei? O mercador furibundo? Ou Margaery descobriu que eu roubei o selo dela?

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Ah, e por falar no selo que pode (ou não) ser roubado no primeiro episódio… Se Mira não forjar a carta de Margaery depois que ela se recusa a ajuda-la (provavelmente com medo de levar outra surra do maridão), é praticamente impossível assegurar o noivado de Rodrik e Elaena Glenmore (a não ser que você ofereça a ela uma quantidade generosa de ironwood). Esse é um bom exemplo de como as escolhas do jogador realmente fazem diferença.

RODRIK FORRESTER – Quem ficou surpreso quando descobriu que Rodrik tinha sobrevivido à traição nas Gêmeas? Eu, particularmente, já esperava por isso – só não esperava que fosse daquela forma. Assistir o lorde lutando para se recuperar e sendo humilhado pelos Whitehills (malditos Whitehills) foi bem cruel, e por isso se encaixou perfeitamente no universo de Game of Thrones.

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Jogar como Rodrik “the Ruined” foi tão interessante quanto preocupante. Apesar de ser um guerreiro experiente e ter se preparado a vida inteira para assumir o lugar do pai, suas graves limitações físicas tornaram a situação da Casa tão instável quanto quando a liderança estava nas mãos de Ethan.

As interações dele com Talia e Elaena foram bem tocantes (embora eu ainda não entenda por que os roteiristas escreveram falas “engraçadas” para Rodrik quando todos se referiam a ele como um homem sério) mas, entre todos os diálogos, os meus favoritos foram os que ele teve com a mãe, que me lembraram muito a relação entre Robb e Catelyn, especialmente na cena do funeral, onde Elissa Forrester faz Rodrik prometer que vai matar todos os Whitehills para libertar o pequeno Ryon (foi impossível não relacionar essa cena com aquela do episódio Fire and Blood, em que Catelyn e Robb juram matar todos os Lannisters quando descobrem que Ned Stark foi executado).

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O momento final é sem dúvida o mais impactante de The Lost Lords (título que provavelmente se refere à Asher e Rodrik). É impossível não se emocionar ao ouvir Talia Forrester cantar aquela belíssima música enquanto todos os personagens vão sendo mostrados.

Interessante pontuar que a letra da canção, intitulada Ballad of the Forresters, pode mudar de acordo com as ações e escolhas de Ethan quando enfrenta Ramsay Snow em Iron From Ice.

Vocês podem escutar duas dessas versões abaixo:


O episódio então termina com a câmera focando a forte expressão no rosto arruinado de Rodrik.

Já que Ramsay é um personagem canon, nós provavelmente não poderemos matá-lo no jogo, e por isso eu fico feliz e agradecido pela Telltale ter criado os Whitehills…

O Norte se lembra, seus filhos da p***.

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E então, o que vocês estão achando do jogo até agora?

Em minha (humilde) opinião, ele ainda continua sendo a melhor tentativa de trazer Game of Thrones para os videogames, apesar de algumas pessoas não curtirem o estilo da Telltale, que desenvolve jogos “point-and-click” focados no storytelling.

No terceiro episódio, devemos ver o casamento de Joffrey e talvez até um dos dragões! Confiram o trailer:

The Sword in the Darkness ainda não teve data de lançamento anunciada.

Se você é fã e ainda não jogou os outros dois episódios já lançados, JOGUE. Ambos são bem rápidos, e eu garanto que vai valer a pena 🙂